A lenda do apanhador de sonhos

Há séculos, existiu um povo indígena na América do Norte chamado Ojibwa. Tinham uma reverência pela natureza e crenças espirituais muito fortes. Eles criaram o que hoje conhecemos como filtro dos sonhos. Existem diversas lendas sobre a sua criação. Vamos contar as três mais conhecidas:

O ancião e a aranha

Um ancião da tribo subiu até o topo de uma montanha em busca de uma visão sagrada. No topo, encontrou uma aranha que falava. A aranha conversou numa língua sagrada com o índio e, enquanto falava, tecia uma teia dentro de um arco de cipó. Ela contou para o índio os mistérios da vida. Disse como ele poderia proteger a sua tribo de infortúnios e conflitos. Quando terminou a teia, contou que ela tinha uma função mágica: ele deveria deixá-la num lugar alto para que representasse o sol. Quando a tribo estivesse dormindo, os sonhos seriam atraídos pelo círculo antes de chegarem até as pessoas. Dessa forma, os bons sonhos passariam e os maus sonhos ficariam presos na teia que ela traçara. Depois desse dia, a tribo do velho índio começou a ter sonhos reveladores e sempre acordavam com as suas energias renovadas.

Tribos em guerra

Entre os índios Ojibwa, houve um tempo onde existia uma grande guerra entre duas tribos. Uma era a tribo da raiva e a outra a tribo do rancor. As crianças tinham pesadelos todas as noites, pois as energias que chegavam através dos sonhos estavam desarmônicas por causa dessa guerra. Foi então que a deusa Grande Mãe Búfala desceu à Terra para acabar com a desarmonia. Ela resolveu o conflito e passou instruções para o chefe dos Ojibwa. Ela o ensinou a tecer um grande amuleto usando um galho de salgueiro arredondado. Ao terminar o amuleto, ela disse para o índio que todas as más energias passariam por ali agora. E, ao anoitecer, apenas as boas energias conseguiriam se aproximar da tribo e assim trazer bons sonhos para todos. E os índios Ojibwa nunca mais tiveram os seus sonhos perturbados pelos conflitos gerados pela raiva ou pelo rancor.

A avó e a aranha

Uma das anciãs da tribo percebeu que havia uma aranha tecendo próximo do lugar onde ela dormia. Ela sentiu que aquela aranha era diferente das outras. Parecia uma aranha mágica! O neto da anciã quando viu a aranha se assustou e pegou uma pedra para tentar matá-la. A avó impediu o garoto e disse: “Pare e observe como ela tece. Não pode ser uma aranha normal. Há algo de especial nela”. O garoto se afastou e desistiu de matar a aranha. Ao anoitecer, a aranha falou com a anciã: “Obrigado por salvar a minha vida. Vou te ensinar a fazer um amuleto mágico em recompensa”. Então, a aranha começou a tecer dentro de um galho circular e assim nasceu o primeiro filtro de sonhos da história. A aranha contou para a anciã que aquilo era um amuleto que protegeria as pessoas dos pesadelos se elas o deixassem pendurado perto do local de dormir. No dia seguinte, a velha aprendeu a tecer como a aranha havia lhe mostrado e presenteou todos da tribo com um filtro de sonhos, para que todos dormissem protegidos.

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