Aprendendo a linguagem das emoções

O que difere os seres humanos dos demais seres é sua capacidade de escrever e transmitir o conhecimento. Isso só é possível porque estruturamos uma linguagem falada e escrita, que nos permite armazenar os conhecimentos e transmiti-los às próximas gerações. Sem isso, precisaríamos iniciar toda vez do zero. Assim, nossa capacidade de linguagem e de simbologia nos permitiu ter acesso a muitas tecnologias ao longo dos tempos.

Há muitas línguas no mundo, diferentes idiomas que podemos aprender. Isso melhora nossa comunicação com os outros. Também podemos aprender linguagens não verbais, que nos permitem ter um tom de voz e postura mais adequados. Porém poucas são as pessoas que aprendem a língua das suas emoções. Existe dentro de nós um vasto mundo emocional que precisa ser simbolizado, que precisa ser escrito e falado, pois, quando não damos fala a esse mundo, pode haver impacto em nossa mente, corpo e vida.

Neste texto, quero discorrer sobre como não entender sobre nossas emoções pode ser nocivo para nós mesmos. E como podemos fazer para aprender essa linda língua, usufruindo assim todos os benefícios que esse entendimento pode nos trazer.

A falta de comunicação com nosso coração

A emoção nada mais é do que uma tensão gerada sobre nós. Quando sentimos a emoção, ela é um aspecto mental e físico. Se prestarmos atenção, veremos que, se estamos sobre efeito do medo, por exemplo, nossos pensamentos mudam, ficamos pensando em como podemos nos proteger, quer o medo seja imaginário, quer seja real. Nosso corpo também se altera. Sentimos nosso coração acelerar, nossa respiração ficar mais rápida. São mudanças tanto físicas quanto psicológicas.

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Mas, se não entendemos que essa emoção é medo, se não damos um símbolo, que é a palavra “medo”, ficamos sem entender o que acontece conosco. Sentimos, então, angústia por não sabermos. Essa angústia pode gerar uma fixação em nossa mente. Ficamos com nossa energia fixada no pensamento, imaginando que vamos morrer, que estamos sofrendo de um ataque cardíaco, que algo de errado está acontecendo.

Mas o medo e a ansiedade são emoções mais fortes e pulsantes. Podemos ter outras emoções que, quando não simbolizadas, quando não verbalizadas e reconhecidas para nós mesmos, geram problemas psicossomáticos, em que a emoção intensa gera um distúrbio no corpo. Uma pessoa pode ter inflamações se negar sua raiva, se não a aceitar e se não entender o motivo de sua emoção. É preciso uma compreensão profunda de nossa emoção para, aí sim, tratá-la adequadamente.

Para aprender sobre essa comunicação interna, de como nossas emoções agem, devemos ter um profundo comprometimento com nossa felicidade, com o objetivo de entender nossa própria mente e emoção. Podemos aprender de maneira própria, lendo, buscando conhecimento, meditando. Olhando de maneira profunda para nossas emoções. Outra maneira é buscando um professor, alguém que pode nos ajudar nisso. Seja um terapeuta, psicólogo ou psicanalista, você pode procurar alguém que irá ouvi-lo atentamente, que escute não apenas suas palavras, mas o que está além delas, o que está no seu coração.

Aprenda a olhar o seu relacionamento com o mundo e com você

Treinar ouvir nosso coração, nossas angústias para que, posteriormente, possamos simbolizar essas mesmas emoções, compreendendo-as e libertando-se delas.

Benefícios do autoconhecimento emocional

Ao entendermos nossas emoções, ao destravarmos a coragem para olharmos para dentro de nossos conflitos e angústias, perceberemos que podemos superar e tratar essas emoções. Simbolizamo-las e não precisamos mais estar à mercê de nossas dores emocionais e psicológicas. Quando olhamos profundamente para dentro de nós, entendemos que muitas de nossas ações são uma tentativa de cura emocional, que se repete e que não conseguimos perceber. Ao entendermos esse ciclo, ganhamos liberdade para agir diferente, para ver de outra forma.

Tudo que você precisa saber para controlar as emoções

Não é à toa que Freud orientou aos médicos e psicanalistas que não adiantaria dizer a seus pacientes não fazerem tal ação. Porque, no fundo, os pacientes sabem que não devem fazer essas ações, mas eles não sabem como parar. Precisam, então, de ajuda para entenderem, de maneira analítica, que emoções que não percebem hoje estão levando-os a terem determinada atitude. Com esse tipo de conhecimento, entendemos quais ações autossabotadoras temos e, de maneira geral, não percebemos. Isso nos promove liberdade e oportunidades de viver de maneira diferente, abrindo campos de possibilidades.

Não é algo fácil, mas também não é fácil viver sem saber o que sentimos. Sem entender que nossas emoções são como uma maré e que somos um barco que é carregado de maré em maré. Que estamos reféns de nossas sensações e emoções, sem conseguir vê-las. Podemos enfrentar essa situação, olhando mais fundo, tendo coragem e dizendo a nós mesmos que agora chegou um momento diferente, um momento de conhecer nossa própria comunicação emocional.

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