Era uma vez o Amor

Era uma vez um sentimento, que de início, é pequeno, quase imperceptível. E que muitas pessoas nem dão atenção, e as que dão, nossa, parece que não sabem cuidar do pobre coitado.

Quando o Amor cisma em dar o ar da sua graça, muitas vezes alguém sai machucado. Não deveria, né? Não é ele o sentimento mais belo e forte de todos? O que dá cor aos dias das pessoas? O que movimenta a vida?

Sabe o que pensei agora? Se machuca não pode ser Amor de verdade. Pensando bem... Nada a ver, não é mesmo? Quem disse que um casal que se ama não briga nunca, não se desentende, não tem vontade de mandar o outro pra aquele lugar de vez em quando? Que loucura!

Voltando à história do nosso personagem principal... Aos poucos, o Amor vai se mostrando em atitudes cheias de atenção, regadas de carinho e extrapoladas de frases melosas. Até aí, normal, aparentemente.

Sabe aquela coisa de conhecer uma pessoa, achá-la bonita, com papo, engraçada, boa praça? (Acho que ninguém na minha idade usa essa expressão, mas isso é reflexo de ser criada com a avó... Aceitável, vai.)

Ok, você começa a trocar mensagens quase que a todo segundo, “dane-se o emprego, os estudos, eu consigo conciliar tudo com os sms mais lidos (repetitivamente lidos) e esperados”. Peraí, você pode pensar que estou falando da sacana da Paixão. É ela que deixa qualquer ser humano mais bobo quando se encanta por alguém. Concordo. Talvez no começo, seja ela mesmo quem dá as coordenadas. Mas, depois, se o sentimento que nasceu nos corações de duas pessoas for mesmo verdadeiro, ele finca raiz e ponto. Fica ali pra sempre ou por um bom tempo, pelo menos.

O Amor nasce ingênuo, sem maldade, puro. Aos poucos, vai crescendo e aprendendo que a vida, muitas vezes, não é tão pura assim. Daí, a criança (o Amor, lembra? Estamos falando dele) vai lidando com os tombos, os joelhos ralados, o braço enfaixado. “Ah, que legal. Mesmo com o braço enfaixado, posso ver o lado bom disso tudo. Meus amigos podem autografar meu super gesso! Genial!”

Como toda boa criança, o Amor vê também o lado positivo de algumas situações e sem perceber, vai amadurecendo...

Quando o Amor se torna um adolescente, ele, ao contrário de nós, se torna sólido. Aprende a se doar, a entender o lado do outro, a não querer atitudes rebeldes e infantis. Mas isso tudo não significa que ele aja assim sempre. Está aprendendo, né... É uma mudança constante.

Quando amamos uma pessoa, nos anulamos por ela. Aprendemos, querendo ou não, a ceder em algumas situações. Aprendemos a dizer não, a ser amáveis em momentos que antes surtávamos. Queremos dar o nosso melhor, a nossa melhor parte.

O Amor nos ensina a dividir, a entender, a ser pessoas melhores. E quando entramos nesse estágio de querer ser o melhor no mundo do outro, é quando o Amor entra na fase adulta. Lembrando que os adultos nem sempre sabem o que fazem. No fundo, são eternas crianças.

O Amor, quando criado e cuidado da maneira correta, ele cresce saudável e rende bons frutos. Não acredito que o Amor tenha uma receita a ser seguida. Ele não é como um bolo que vem com ingredientes e modo de preparo. Não... Ao contrário, cada um deve saber como cuidar desse sentimento à sua maneira.

Quando o Amor é livre e confiante, não existe sufoco e prisão. Quando o Amor é compreensível e fiel, não existe insegurança e medo. Quando o Amor é bonito e alegre, por mais que os momentos de brigas, de DRs cheguem, ele os torna aprendizados.

O Amor não tem finais felizes como nos filmes. Deve ser uma constância feliz! E assim, o nosso personagem principal saberá que viveu no meio de duas pessoas como deve ser: para somar, trazer felicidade e aprendizados que resultaram em pessoas melhores.

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