O segredo de como não perder o estado natural da felicidade

Se ao ler o título do texto você se perguntou quanto à felicidade ser um estado natural, significa que você caiu na armadilha que faz você perder esse estado peculiar da mente, essa posição da mente que gera a felicidade e que não permite que você se sinta frustrado e nem abatido. 

Mas que estado é esse? Que armadilha é essa que caímos sem perceber?

Vamos por partes... Primeiro vamos falar da armadilha e depois do estado natural, pois sem o engano a felicidade se revela naturalmente aos nossos olhos. Vejamos como caímos no engano e como isso pode ser danoso para a nossa felicidade. 

O primeiro passo é entender a armadilha, é compreender que tudo depende de nosso referencial, do ponto que a nossa mente observa a situação. Uma mesma situação pode ter diferentes significados para diferentes pessoas e até mesmo uma mesma situação pode mudar com o passar do tempo para a mesma pessoa. Por exemplo, uma pessoa que foi demitida, naquele momento é algo que traz intenso sofrimento, entretanto, depois de algum tempo, a pessoa arruma outro trabalho melhor e enxerga a situação de demissão como uma oportunidade e até mesmo agradece por aquela situação. Por isso que no budismo se diz que o passado muda. Não o evento em si, mas o significado que damos para os eventos. Nesse sentido, podemos compreender que os referenciais que estamos ancorados produzem felicidade ou sofrimento. 

Se olhamos as situações como imutáveis e problemáticas, com certeza sofreremos pelos eventos revezes que acontecem em nossas vidas. No entanto, podemos olhar para essas mesmas situações como algo que está passando em nossas vidas, ou como um aprendizado. Ao olhar os eventos dessa maneira estamos modificando os nossos referenciais e saindo da armadilha da mente. A armadilha que me refiro é olhar os eventos como causadores do sofrimento em si e não os verdadeiros causadores que são os nossos referenciais.

Um exemplo de como os nossos referenciais são os causadores do sofrimento, é quando ocorre um falecimento de uma pessoa querida. Na limitação de nossa mente acreditamos que a pessoa deixou de existir e que agora ela não está mais conosco. Contudo, qualquer cientista sabe que nada deixa de existir, tudo se transforma. E se você aumentar sua conexão com o mundo, sentirá que a pessoa querida ainda existe, que ela habita em suas memórias, em tudo que há em sua volta. 

A felicidade é um estado natural e saímos desse estado por não notarmos que criamos a realidade baseado nesses referenciais. É como quando olhamos uma foto de um lugar paradisíaco. Ao olharmos a foto uma emoção positiva nos desperta e nos sentimos extremamente bem. Porém, não nos perguntamos de onde vem essa felicidade, essa energia positiva. Será que vem da foto, um pedaço de papel e tinta, ou do nosso referencial de que aquele lugar promoverá felicidade? Quando olhamos a foto de nosso namorado(a), aquilo nos desperta uma emoção, mas se rompemos com essa pessoa, a foto agora nos envolve com outro tipo de sentimento. Será que esse sentimento vem da foto ou daquilo que está por trás da foto? Do seu referencial. 

Dando esses exemplos fica claro o nosso engano, mas não percebemos que quando vamos a um local muito lindo e paradisíaco achamos que o lugar tem uma energia que nos promove felicidade, sem perceber que é a nossa mente que cria essa energia. Basta que converse com uma pessoa que vive a mais de dez anos no local que ela terá outra percepção. 

A armadilha é que acreditamos que a felicidade não está em nós, e sim fora de nós. Assim buscamos mais e mais estímulos para saciar a nossa carência de felicidade, mas quando o estímulo deixa de ser novo, buscamos por outro. Isso gera um ciclo sem fim. 

Mas se podemos gerar a felicidade na dependência das coisas, podemos também gerar a felicidade independente das situações, e para tal precisamos começar entendendo de onde vem a energia da felicidade. Podemos começar equilibrando a nossa energia através da meditação, ou cada vez que a felicidade surgir olhar os referenciais que a geram e como podemos manter esse estado sem esses referenciais. Esse é um caminho que nos libera das armadilhas e daquilo que gera sofrimento. O que acha de tentar agora mesmo?  

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