O sofrimento de não nos conhecermos

Muito se fala sobre a necessidade de autoconhecimento, sobre conhecer a si mesmo e entender seu mundo interno. Porém vejo que em muitos casos esse tipo de ação fica muito romantizada, sem se aprofundar no desafio que é esse “mergulhar em si mesmo”. Quando olhamos profundamente para nosso ser, não olhamos somente para as qualidades que emergem de nós, mas também para nossos desafios e dificuldades. Esse olhar é algo que requer dedicação e muita resiliência para superarmos e, assim, amplificarmos nossa consciência.

De maneira geral, ao encontrarmos esse caminho interno, vemos que isso pode nos beneficiar. Começamos a entender melhor nossas emoções, padrões, pensamentos e mecanismos de bloqueios.

O problema começa quando achamos que podemos fazer isso totalmente sozinhos, sem apoio ou ajuda de alguém. Não consideramos que nossos desafios podem ocultar nossa visão e desenvolver uma visão parcial sobre nós mesmos.

Ler livros, assistir a palestras e estudar práticas certamente ajuda nessa busca pelo mundo interior. Mas se não houver um olhar de fora, seja de um terapeuta, seja de um psicólogo, corremos o risco de ocultarmos de nós mesmos a verdade sobre nosso mundo interno.

Mulher se olhando no espelho

Freud dizia que a autoanálise era impossível, pois as defesas de nosso inconsciente agiam de maneira a “cegar” nossa visão interna. Portanto era preciso que tivéssemos uma visão do outro mais ampla, para que se cobrissem os pontos cegos da própria mente. Para evitar esses pontos cegos, podemos procurar um profissional que nos ajude a desenvolver esse olhar profundo, que nos permita ter a capacidade de mergulhar mais em nosso interior.

Mas conseguimos avançar sozinhos?

Sim, conseguimos. Entretanto avançamos até determinado ponto. Quando nos deparamos com nossos conflitos mais intensos e difíceis, é provável que aumentemos nosso véu de cegueira para não olharmos para essa dura realidade. Não somos ilhas, precisamos de apoio se quisermos seguir em qualquer direção. O caminho do autoconhecimento não é diferente. Se queremos realmente nos aprofundar no caminho interno, é necessário que contemos com pessoas que tenham essa qualificação para nos ajudar. Se queremos realmente entender nosso mundo interno, precisamos embarcar nessa jornada. Mas não precisamos fazer isso sozinhos. A jornada interior pode ter alguém que nos auxilie, que estude sobre isso e tenha a capacidade de nos ajudar a ingressar nesse caminho.

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A jornada do autoconhecimento passa pela escolha dessa pessoa. É por isso que a escolha de um terapeuta, psicólogo, analista ou psiquiatra é tão importante, pois será a pessoa que você escolheu para te ajudar nessa jornada interior. Claro que cada pessoa tem seu tempo de buscar uma terapia, de se analisar. Essa é uma escolha pessoal e só pode ser feita pela própria pessoa.

O caminho interno não é algo fácil de se seguir, mas com certeza é libertador. Um caminho para compreensão dos padrões que temos e que nos geram sofrimento. É um caminho que nos liberta do sofrimento, mas que pode ser muito difícil. Por isso, precisamos de apoio e ajuda para conseguirmos avançar. O autoconhecimento é libertador, mas não sem desafios.

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