Pensar ou sentir?

Resolvi fazer um texto sobre este assunto porque não só tenho refletido bastante a respeito, como tenho vivido experiências dentro do tema. Vivemos num empasse entre nosso pensar e nosso sentir. Somos seres racionais, diferente dos animais, que respondem puramente ao seu instinto. Temos a capacidade de intelectualizar nossas sensações, compreendê-las, achar suas causas, enfim, nossa mente é um aparelho que nos proporciona um poder muito grande.

Com esse poder, podemos compreender muita coisa, aprender e evoluir sobremaneira. Ou podemos criar também uma série de problemas e literalmente nos aprisionarmos neles. A capacidade de raciocínio nos desenvolve como Ser. À medida que vivenciamos as experiências da vida, vamos somando aprendizado. E é a nossa mente que nos ajuda a agregar informação em nós, de maneira consciente. Conhecimento nada mais é do que o produto da capacidade de absorver conscientemente a informação.

Mas, mesmo dotados dessa incrível capacidade, ainda somos seres emocionais, instintivos, temos um lado “bicho”. E esse lado instinto é muito importante — indispensável, eu diria. Não somente para nossa sobrevivência, mas também para nossa felicidade. A mente, embora tenha um poder enorme, é coletiva, ou seja, captamos informações que muitas vezes nem são nossas.

Todavia, o nosso sentir é profundamente particular. Ele até pode ser uma reação a algo que não é seu, mas o sentir, em si, é seu. Brota de você como uma reação do seu Ser interior, instintivo. Essa força tem ligação com nosso sexto sentido, é algo que vê além do alcance da mente, pois ela está ligada ao mundo material. O sentir está ligado a tudo, inclusive ao astral. O sentir percebe mais do que o intelecto pode fazê-lo.

Daí, entramos num dilema: achar ou sentir? Porque tem muita coisa que “achamos” (na cabeça), mas na real não se comprova. Porque a mente deduz com base no que percebe de fora, dos outros, das situações. O sentir capta além, ele pega a energia, por isso é mais preciso. Entretanto, existe a necessidade de equilibrar as duas coisas, discernir o que se sente, perceber de onde vem, como brotou e o que ele está tentando te dizer.

E é para isso que temos o intelecto, para traduzir esse sentir de forma coerente, lúcida, compreensível e satisfatória. A fim de que tenhamos conclusões e aprendizados. Uma vez o Mestre Jesus me disse que “O homem que não acredita no que sente não é amigo de si mesmo”. Isso é profundo, porque aprendemos a ser muito mais racionais do que emocionais. Vivemos num mundo onde somos movidos pelo “achar”. Do tipo: “Acho que, se eu fizer isso, vai dar esse resultado”... “Acho que não conseguirei”... Acho, eu acho...

E o que sentimos? Damos importância devida ou desprezamos para dar muito mais atenção ao que a cabeça está dizendo? Pois é, porém, o sucesso e a felicidade nesta vida estão profundamente ligadas à confiança em nosso sentir. A mente está em nós para nos ajudar a entender esse aparelho emocional, a fim de que tenhamos uma vida legal. Contudo, não podemos ser comandados por ela. Razão e emoção precisam andar juntas, mas a razão não pode sobrepor-se ao sentir, jamais. Porque a razão pode estar baseada no mundo lá fora, na experiência de terceiros. E essa razão pode não servir pra você. Porém, o sentir vem de dentro, é o seu Ser interior querendo se comunicar.

Está sentindo algo? Pare, perceba, tem uma parte sua querendo falar com você. Dê ouvidos, intelectualize o sentir e, então, terá todas as respostas que muitas vezes você fica tentando encontrar no quase imperceptível vício de simplesmente “achar”.

Que o Amor nos Cure!

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