Quando pensamos que somos os maiores

Estamos em meio a uma Copa do Mundo e algumas observações além do futebol me fizeram refletir sobre um dos sete pecados capitais: a soberba. Temos a Argentina e um ídolo mundial chamado Messi: imponente, sorri de maneira reservada e arranca delírios da torcida. Temos o time da Inglaterra embasado sob a realeza britânica visível também no futebol. Se perdem, ainda assim são os “lordes” ingleses. E quanto à Espanha? O time dos “touros” bravos e invencíveis que se são derrotados em campo, são alvos de questionamentos: Como golearam a Espanha? São muitos os times e características, não poderia deixar de mencionar o novo craque brasileiro Neymar, que mesmo aparentando “humildade” é o craque Neymar.
 

Quer um exemplo maior? Temos o exemplo do Lúcifer, o anjo mais belo que não quis servir aos homens como os demais anjos, ele queria um lugar maior, queria ser Deus, o seu Criador. Nós vivemos em um mundo que exige uma dose de soberba como qualidade em meio a um “campo” de competições, um mundo que exige uma dose de peito estufado e de queixo levantado para que não se demonstre fraqueza, porque demonstrar fraqueza é sinônimo de derrota. Mas esse anseio por ser o “maior” até mesmo quando não há o anseio (o título acaba sendo imposto de alguma forma, como sobre esses ídolos do futebol), esse anseio pode acreditar: pode derrubar os Golias deste mundo.

Afinal de contas, o que é ser o maior? Para saber o que é ser o maior é importante conhecer mais sobre os menores. Uma única andorinha, pequena, frágil e despretensiosa se une a tantas outras, não se sabe ao certo qual delas é a líder, mas em bando são uma só, são o presságio do verão. Uma única folha viva, unida a tantas outras folhas, fazem parte de uma folhagem que torna uma árvore... uma árvore. Um ser humano, tão pequeno e frágil diante de um universo tão imenso e infinito, é capaz de fazer proezas, é capaz até mesmo de pensar ser o maior quando é só um pontinho neste tão vasto universo.

Há uma linha tênue entre a soberba e o próprio “antídoto” contra este mal, sim, é como se aquele anjo decadente estivesse espreitando cada ser humano e entrasse nas almas para que as pessoas se sentissem as mais sublimes pessoas, para que as pessoas não quisessem servir às outras pessoas. Sim, porque servir é o que torna a vida mágica, única, útil, servir como um pequeno a tantos outros pequenos como nós. Quando pensamos que sabemos, algo acontece e nos mostra que de nada vale toda essa “falsa sabedoria” e quando temos certeza de nossas limitações humanas é como se sobrenaturalmente fôssemos ajudados seja por Deus, alguma energia, pelo que se acredita ou pelo que não se deve crer.

Quando queremos ser rio e fluir, somos como água parada, sem movimento, sem vida e, quando nos comportamos como poça d’água, sem perceber estamos em um mar imenso, infinito e fluímos como jamais imaginaríamos que poderíamos fluir. Um homem conhecido como Adolf Hitler, comandou um partido nazista e fez com que uma nação se comportasse como nação superior, houve muitas mortes, crueldade, mas algo que não esperavam foi alcançado: o fracasso em uma guerra. Entendem? O maior é o que há de mais medíocre, é a cegueira que ronda os olhos das nossas almas para que possamos nos sentir “os melhores”quando não há motivos para tal diante de uma realidade que poucos costumam considerar: somos todos pó.
Quando pensamos que somos os melhores algo acontece e nos mostra que quando servimos ao próximo, de fato, assumimos uma posição humana, digna, humilde e consequentemente melhor. Quando enxergamos que não somos os melhores, olhamos para trás e vemos outras andorinhas, percebemos que não estamos sozinhos, somos pequenos pássaros que juntos anunciam algo novo: anunciam a permanência da humanidade.

Não Lúcifer, não quero ser Deus, não quero ter o trono de Deus, quero servir.

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