Cultive o controle emocional: busque as evidências do sofrimento

Precisamos aprender a cultivar um controle emocional, pois se não temos esse controle é muito fácil nos encontrarmos em situações difíceis que nós mesmos geramos. Nesse espaço, a ideia é apresentar para você soluções práticas para lidar com o seu descontrole emocional. Se você é uma pessoa que passa por situações de estresse, se irrita, passa por crises de ansiedade ou de tristeza profunda, esse texto ajudará você. Ao final dessa leitura, você estará mais equipada para lidar com essas situações.

Definindo o que é o sofrimento

Em suma, o sofrimento é a quebra de nossa expectativa com a realidade que se apresenta. De uma maneira mais clara, seria, por exemplo, quando um professor prepara uma aula para apresentar aos seus alunos. Esse professor tem a expectativa que os seus alunos adorarão sua aula e que isso será um diferencial em suas vidas. Entretanto pode ocorrer de os alunos não gostarem de sua aula, então, esse professor fica desapontado com a resposta de seus alunos. 

Desvende a impermanência do sofrimento

Poderia ser que esse professor estivesse com a expectativa de testar sua aula e, diante de um feedback negativo, buscaria melhorar sua aula. O evento ainda é o mesmo, mas a interpretação do professor mudou. Então, não sofremos pelos eventos, mas, sim, pela nossa interpretação desses mesmos eventos.

Pensamentos automáticos

Quando criamos a expectativa, temos diversos pensamentos automáticos que se criam diante dos eventos, buscando confirmar as expectativas.

Usando o mesmo exemplo do professor, diante de sua aula, uma aluna boceja. O pensamento desse professor é o seguinte: “Se estão bocejando é porque não estão gostando!”. Esse pensamento surge de forma automática e é uma interpretação da realidade. A menina que boceja pode estar cansada ou pode estar ansiosa, existem vários motivos para esse bocejo, mas a interpretação do professor é de que a sua aula não está boa. Precisamos aprender a diferenciar os fatos das interpretações que temos, buscando evidências que corroborem e que são contra o pensamento automático.

Buscando evidências

Precisamos estar atentos ao nosso pensamento que desencadeia as emoções perturbadoras. Ao sentirmos o sofrimento, precisamos perguntar quais emoções estamos sentindo e qual o pensamento que estamos tendo que nos levam a ter tais sentimentos. Ao identificarmos o pensamento, então, escreveremos quais as evidências que colaboram para o pensamento.

Você é apegada ao seu sofrimento? Faça o teste e descubra!

No caso do professor, escrevemos que o ato de bocejar pode ser uma evidência de que a aula está ruim. Entretanto essa mesma aluna perguntou coisas na aula e ficou atenta. Além disso, outros alunos também perguntaram. Essas são provas que não confirmam o pensamento. Claro que, muitas vezes, o pensamento pode ser verdade. Que a aula não foi satisfatória, mas isso seria uma oportunidade para que o professor em questão corrigisse e melhorasse as suas aulas.

Fatos x Interpretações

Precisamos identificar a diferença de fatos e interpretações. Por exemplo, é um fato que a aluna bocejou, mas é uma interpretação acreditar que ela não está interessada na aula. Interpretações são carregadas de emoções e não indicam os fatos em si. Precisamos ampliar a visão de maneira a olhar os fatos e verificar se as nossas interpretações da realidade estão coerentes ou se estão distorcidas por causa de nossas emoções e pensamentos automáticos.  

Tenha um caderno onde você possa escrever as suas interpretações e os fatos ocorridos. Com o passar do tempo, você poderá ver quantas interpretações automáticas faz da realidade sem se dar conta. 

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