Símbolos Budistas: conheça-os e mantenha a mente iluminada

O budismo é uma doutrina religiosa e filosófica que tem como fundamentos os ensinamentos deixados pelo Buda Sakyamuni (ou Siddhartha Gautama, seu nome de nascimento).

O termo “Buda” tem origem no sânscrito e quer dizer “aquele que despertou do sono da ignorância; que se tornou consciente”. Sakyamuni, por sua vez, significa “o sábio do clã Sakya”. Ao lado dos Kagyu, Gelug e Nyingma, Sakya faz parte das 4 linhagens do budismo.

O budismo é uma religião não teísta, isto é, não inclui a ideia de um ou vários deuses. Nasceu de uma insatisfação de Siddhartha com relação, inicialmente, à vida de luxo que ele tinha, em oposição ao estado de pobreza extrema das pessoas que viviam nos arredores do seu palácio. Siddhartha concluiu então que só conseguiria aplacar a enorme angústia decorrente de uma série de experiências com o mundo real tão contrastante com seus confortos se abandonasse seus privilégios e fosse em busca de uma resposta para tanto sofrimento.

Estátua representando a religião do Budismo.

Após longo aprendizado, muitas vezes associado ao sofrimento, Siddhartha resolveu buscar dentro de si as respostas que tanto perseguia. À custa de longos períodos de meditação, ele foi capaz de ultrapassar todos os níveis de consciência, chegando à iluminação suprema. Nascia aí Buda e, junto com ele, o budismo.

Para o budismo, tudo é transitório, impermanente e ilusório. A busca primordial é justamente ultrapassar essa ilusão para atingir a perfeita consciência (o estado de nirvana, ou Caminho do Meio, como uma sugestão para se afastar dos extremos).

O budismo baseia-se nas Quatro Nobres Verdades: a verdade do sofrimento (dukka), a causa do sofrimento (samudaya), a cessação do sofrimento (nirhodha) e o caminho que liberta do sofrimento (magga).

Objeto que representa a religião do Budismo.

Para aprendermos a praticar os ensinamentos budistas sobre essas Quatro Nobres Verdades, precisamos entender da maneira correta o que é a mente. Para o budismo, a mente vai além de abranger o racional e o intelectual. Ela engloba todos os aspectos de nossa percepção sobre algo (seja o que sabemos, deduzimos, supomos ou intuímos). Mente, na visão budista, é a atividade mental (sentidos e pensamento) sob a perspectiva da experiência individual e subjetiva.

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As características que definem a mente são três palavras: mera, clareza e consciência.

Clareza é entendida como uma forma de fazer surgir aparências, ou seja, descrever o que a atividade mental realiza. É a atividade mental de dar origem ao surgimento mental de algo. Em outras palavras, é o surgimento de hologramas mentais – que podem pertencer a qualquer um dos sentidos. É como se criássemos a imagem, o som ou o cheiro de algo quando pensamos, sonhamos ou lembramos daquilo.

Já a consciência é a forma subjetiva de descrever a mesma atividade mental de fazer surgir aparências. É a relação cognitiva com alguma coisa – saber ou não saber, gostar ou não gostar, sentir-se feliz ou infeliz quanto a algo, ter alguma emoção (positiva ou negativa) em relação a alguma coisa com a qual nos relacionamos.

Imagem de uma representação da consciência.

“Mera” significa aqui “apenas”, ou seja: o surgimento de algo e o relacionar-se com esse algo são tudo o que está ocorrendo. A atividade mental é apenas isso.

Quando temos profundo entendimento sobre a mente, podemos praticar as Nobres Verdades de maneira profunda. Por sabermos que somente três coisas podem definir a nossa atividade mental, o sofrimento, mesmo sendo parte dela, pode ser removido, já que ele é uma condição que não faz parte do básico da atividade mental. Ter conhecimento disso faz cessar a ignorância e o sofrimento.

Os ensinamentos de Buda podem ser compreendidos em termos de mente. Tudo se trata de atividade mental. Isso nos faz acreditar que o principal objetivo no budismo é o autoaperfeiçoamento por meio do aprimoramento das nossas mentes.

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Os símbolos auspiciosos

Os símbolos budistas representam o caminho espiritual que nos leva à paz interior suprema da iluminação. Eles foram oferecidos ao Buda para que, em troca, ele ensinasse a sabedoria que liberta do sofrimento. Também simbolizam proteção, harmonia, fé, inspiração, pureza, desprendimento da ilusão, sabedoria e equilíbrio.

Destacamos aqui os oito símbolos auspiciosos e seus significados, para você entender um pouco melhor cada um deles. Confira.

A flor de lótus

Imagem de uma flor de lótus.

Esse símbolo tem um significado extremamente importante tanto para o budismo como para outras crenças. O lótus é uma linda flor que surge dos pântanos. Significa que, mesmo em meio a turbulências e ambientes contaminados, a essência se mantém intacta e iluminada. Também pode representar a renúncia, pois sua flor abdica do solo e se sobressai na superfície.

A roda do Dharma

Imagem da roda do Dharma.

Com oito raios, representa os oito ensinamentos de Buda – entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta e concentração correta. Ela foi girada pela primeira vez quando foi proferido o primeiro discurso do Buda após sua iluminação. Por essa razão a roda simboliza a condução para a libertação do sofrimento por meio dos ensinamentos budistas.

O banner (ou bandeira) da vitória

Várias bandeiras penduradas.

Como o próprio nome diz, representa a vitória do Buda sobre o senhor das ilusões (Mara). Pode simbolizar a vitória da mente sobre os obscurecimentos e as negatividades.

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O nó sem fim (ou nó infinito)

Imagem da representação do nó infinito.

É uma figura geométrica com linhas entrelaçadas sem fim e sem começo representando eterna continuidade. Ela indica que sempre haverá algo depois de outra coisa continuamente e nunca saberemos como será o fim (um bom exemplo é o renascimento após a morte, que não significa um fim). Conhecido também como símbolo do karma, ele representa causa e efeito. Também simboliza a sabedoria infinita do Buda.

Par de peixes dourados

Imagem vetorial de um par de peixes dourados.

Esse era um símbolo originalmente dos rios Ganges e Yamuna, sagrados na Índia. Esse par representa a felicidade, pelos peixes poderem movimentar-se livres pela água, e simboliza espontaneidade, abundância, prosperidade e fertilidade.

Vaso de tesouros

Imagem vetorial do vaso de tesouros.

Representa a abundância tanto no plano físico como no plano espiritual. Repleto de elementos preciosos e sagrados, nunca se esvaziando, simboliza também a vida longa e a prosperidade. Pode representar ainda a generosidade com que os ensinamentos do Buda foram disponibilizados.

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Precioso guarda-sol

Imagem vetorial do guarda-sol

Representa a proteção contra o sofrimento. Também simboliza o reconhecimento de nobreza e respeito. Poderíamos ver nesse símbolo o refúgio que encontramos no Buda.

Concha branca

Imagem vetorial de uma concha branca.

Símbolo do nosso desenvolvimento espiritual. É o som do darma despertando-nos da ignorância. Representa a palavra do Buda.

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