Bolsa de Pastor: significado, propriedades e benefícios

Conhecida há milhares de anos, a bolsa-de-pastor é uma das plantas mais curiosas da flora mundial. Ela possui flores muito pequenas e frutos capsulares em formato de coração, que lembram antigos alforjes, motivo pelo qual ela inspirou esse nome, que também pode estar associado ao uso da planta por pastores para estancar hemorragias e tratar feridas de animais.

Cresce espontaneamente em vários ambientes, ocorrendo em áreas temperadas de todo o planeta. É considerada erva daninha em muitos países. O nome científico da bolsa-de-pastor varia de acordo com o local em que ela ocorre, contudo, o mais aceito, conhecido e estudado é Capsella bursa-pastoris, da família Brassicaceae.

O que você encontrará neste artigo:

Tem nomes populares de mandioquinha-do-campo, saco-de-carteiro, cinco folhas, braço-de-preguiça, fruta-cofre, flor-de-abril, mandioquinha-brava, erva-do-bom-pastor, bucho-de-boi, sanguinária e chapéu-de-frade. Porém outras espécies de plantas também são chamadas de bolsa-de-pastor.

Assim, temos como exemplo a Dillenia indica, da família Dilleniaceae, a Zeyheria montana (Bignoniaceae), a Thevetia peruviana (inclusive bastante tóxica) da família Apocynaceae e a Solanum cernuum, da família Solanaceae, todas distintas da Capsella bursa-pastoris, tida como a original.

A bolsa-de-pastor é uma planta que tem usos medicinal e alimentício e traz benefícios para a saúde física, mental e espiritual, sendo cercada de significados. Continue a leitura do artigo e conheça as propriedades, características e muito mais sobre esta planta ancestral.

O que é bolsa-de-pastor?

Nativa da Europa Oriental e da Ásia Menor, a bolsa-de-pastor é a segunda erva espontânea mais comum no mundo e ocorre até cerca de 2.300 metros de altitude, em solos não-áridos sob clima temperado e subtropical. Nas regiões tropicais, só ocorre em altitudes.

No Brasil, a bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris) ocorre nas regiões Sudeste e Sul, embora este nome popular também designe outra planta (Zeyheria montana) com características físicas distintas, por exemplo, sendo arbustiva, que é comum no bioma do Cerrado.

A bolsa-de-pastor é uma planta herbácea anual ou bianual, silvestre e cultivada, coberta de pelos macios e compridos, não muito densos. Cresce em terrenos baldios, em jardins, parques e praças, podendo atingir de 20 a 70 cm de altura. Possui uma raiz principal profunda, de onde saem muitas outras, menos entranhadas.

O caule único, geralmente verde, é ereto, ascendente e frágil. Tem forma cilíndrica a subquadrangular, sendo estriado, densamente piloso na base e menos em direção ao ápice. Desse caule, saem dois tipos de folhas de cor que varia do verde-médio ao verde-escuro, cobertas por pelos.

As basais estão dispostas em formato de roseta, inteiras, elípticas, persistentes, de denticuladas a penatipartidas, de 2 a 15 cm de comprimento por 0,5 a 2,6 cm de largura, com contorno oblongo-lanceolado. As folhas caulinares são inteiras, dentadas, auriculadas, do tipo amplexicaule (abraçam o caule), com cerca de 3,5 cm de comprimento por 0,7 cm de largura, com ápice agudo.

Bolsa-de-pastor parcialmente florida.

A floração da bolsa-de-pastor ocorre do início da primavera até o início do inverno, ou seja, praticamente durante todo o ano. É contínua, mesmo enquanto os frutos surgem ao longo do caule, no qual as inflorescências são terminais em cachos eretos, com tamanho de 4 a 11 cm e pequenas flores bissexuais de quatro pétalas brancas em forma de espátula. Cada uma tem cerca de 2 a 3 mm de comprimento, com miolo esverdeado e se dispõem em cruzeta.

Cada flor da bolsa-de-pastor pode originar um fruto chato, em forma triangular e cordiforme, avermelhado, do tipo fava, com cerca de 0,5 cm de comprimento, dividido em duas câmaras por uma membrana vertical. Ele sai de um pedúnculo longo e contém cerca de 20 minúsculas sementes brilhantes em cor que varia do amarelo ao castanho-avermelhado. Quando maduro, ele libera as sementes, que dão origem a outras plantas.

A capacidade reprodutiva da bolsa-de-pastor é elevada, sendo que cada uma delas é capaz de produzir, em média, de 11.300 a 58.500 sementes, podendo chegar a 90 mil, dependendo da espécie e das condições ambientais.

A bolsa-de-pastor é uma planta milenar, tendo sido usada para fins terapêuticos na Grécia e na Roma antiga. Há evidências de que tenha sido empregada na alimentação, pois dela foram encontradas sementes no estômago do homem de Tollund (cadáver naturalmente mumificado da Dinamarca), que se pressupõe ter vivido em 5.950 da Era Comum.

A planta foi descrita taxonomicamente pelo botânico sueco Carl Linnaeus (1707-1778) em sua publicação Species Plantarum de 1753. Porém, o botânico britânico William Coles (1626-1662) escreveu em seu livro “Adam in Eden” (1657) que a bolsa-de-pastor foi assim chamada devido à semelhança com as bolsas de couro que os pastores carregavam com comida, bebida e outros artigos para ir ao campo de pastagem.

Inclusive, no livro de 1623 “The English Housewife”, do poeta e escritor britânico Gervase Markham (ca. 1568-1637), há uma receita de infusão com a planta. Além disso, na Inglaterra e na Escócia, ela foi chamada de “coração-de-mãe”, dando origem a um jogo infantil. Nele, uma criança pedia a outra que rompesse um fruto e pegasse uma das sementes antes que elas se espalhassem. Caso não conseguisse, era dito que ela partiu o coração da própria mãe.

A planta era usada também para tratar diarreias em bezerros, e os nativos norte-americanos a ingeriam pelo mesmo motivo. Ainda, há relatos de que a bolsa-de-pastor tenha sido usada para tratar ferimentos de soldados alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Portanto, ela é uma planta conhecida por muitas culturas por oferecer benefícios à saúde humana.

Propriedades da bolsa-de-pastor

Popularmente se atribui propriedades hemostáticas à bolsa-de-pastor, sendo ela usada para tratar hemorragias e estancar o sangue em ferimentos. Ainda, lhe é creditado o poder estimulante, adstringente, diurético e antisséptico das vias urinárias. Ela tem o conceito de ser eficiente contra dores de garganta, leucorreia, diarreia, hemorroidas e para baixar a taxa de ácido úrico.

Na medicina tradicional da China, a bolsa-de-pastor foi usada para tratar de desinteria e problemas oftalmológicos. Porém, mesmo conhecida há milhares de anos por diferentes povos, algumas das propriedades que lhe são atribuídas não foram confirmadas cientificamente.

Muitas pesquisas foram e continuam sendo realizadas pelos meios científicos e acadêmicos para identificar a composição bioquímica da bolsa-de-pastor de forma a confirmar as propriedades que lhe são conferidas, assim como para ampliar a sua utilização e aproveitar os seus benefícios de várias formas para a vida no planeta. Em alguns países, entretanto, as pesquisas têm o objetivo de identificar formas de combater a proliferação desta planta, considerada invasora de culturas economicamente mais importantes.

Até o momento, foi descoberto que a bolsa-de-pastor contém minerais como potássio, cálcio e ferro, vitaminas A, B8, C e K, proteínas, ácido linoleico, ácido oleico, ácido margárico e ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega 3 e ômega 6. Também possui flavonoides como quercetina e kaempferol, ácidos orgânicos (oxálico, cítrico, málico, quínico, fumárico, tartárico, acético, palmítico), aminoácidos como asparagina, arginina, glicina, serina, valina, treonina, lisina, cisteína e tirosina, entre outras.

Além disso, a planta possui esteróis como B-sitosterol, campesterol, estigmasterol e lupeol, entre outros. Ainda, há glucosinolatos, peptídeos, saponinas, carotenóides, mucilagens, taninos e alcalóides como as calisteginas.

Assim, a bolsa-de-pastor representa potencial anticancerígeno, cicatrizante, antibacteriano, antifúngico, capaz de proteger os sistemas cardiovascular, imunológico e gastrointestinal, entre outros, sendo útil na prevenção e no tratamento de várias enfermidades e auxiliando na manutenção da saúde humana. Também se mostra importante fonte alimentar.

Tipos de bolsa-de-pastor

Como visto, a bolsa-de-pastor faz parte da família Brassicaceae, também chamada de Cruciferae, que possui cerca de 365 gêneros e 3.200 espécies, por exemplo, mostarda, nabo e repolho, ocorrendo no mundo todo, exceto nas calotas polares e em algumas áreas tropicais do globo, como a Bacia do Congo. Possui plantas de importância econômica, que representam grandes cultivos, por exemplo feno e cereais.

A bolsa-de-pastor nome científico Capsella bursa-pastoris é uma das espécies do gênero Capsella. Tem como sinonímias botânicas as espécies Capsella abscissa, Capsella divaricata, Capsella agrestis, Capsella hyrcana e Capsella nylandica, entre outras. Descubra, a seguir, outras espécies desse gênero, além dessa que é motivo deste artigo:

1 - Capsella australis - nativa do sudeste do estado de Victória, na Austrália, esta espécie está extinta em seu outro habitat natural que é a Tasmânia, no mesmo país. É sinonímia da espécie Ballantinia pumilio, da família Brassicaceae, sendo própria dos biomas subtropicais.

2 - Capsella bursa-pastoris - é a espécie abordada neste artigo, que ocorre em mais de 130 países do globo terrestre.

3 - Capsella draboides - esta espécie é sinonímia da Calymmatium draboides, sendo da mesma família botânica Brassicaceae, porém de gênero distinto. É nativa dos biomas temperados das Montanhas Pamir, no Tadjiquistão.

4 - Capsella gracilis - é uma espécie sinonímia da Capsella rubella e ocorre na França, Bélgica, Espanha, Itália, Tunísia, Bósnia e em Portugal.

5 - Capsella grandiflora - chamada de bolsa-grande-de-pastor, a esta espécie é atribuída a ancestralidade que deu origem à espécie Capsella bursa-pastoris. Juntamente com a Capsella rubella, ela é usada como planta modelo. Ocorre na Grécia, Suíça, Itália, Áustria, França, Holanda, Noruega, Suécia, Albânia, no Afeganistão e no Japão.

6 - Capsella lycia - descrita pela primeira vez em 1886 pelo botânico taxonomista austríaco Otto Stapf (1857-1933), esta espécie cresce em biomas subtropicais, sendo nativa da Turquia.

7 - Capsella orientalis - é uma subespécie da Capsella bursa-pastoris, descrita pelo botânico ucraniano-soviético Mikhail Vasilevich Klokov (1896-1981). Ocorre na Ucrânia, na Rússia, no Cazaquistão, na Mongólia e no Uzbequistão.

8 - Capsella procumbens - espécie sinonímia da Homungia procumbens e da Capsella elíptica, é muito variável quanto ao tamanho, à forma do fruto e ao número de sementes. Ocorre na Europa, na África, na Ásia, nas Américas e na Oceania.

9 - Capsella rubella - trata-se da espécie semelhante à Capsella bursa-pastoris, diferindo nas flores de cor rosa pálido e no genoma. Muito encontrada na região do Mediterrâneo, ela é usada para hibridação e para a compreensão da evolução de autofecundação.

Para que serve a bolsa-de-pastor

A bolsa-de-pastor, de acordo com a sabedoria popular e os costumes de cada local, é empregada como alimento e como medicamento. Inclusive, esse nome é dado a outras plantas, além da Capsella bursa-pastoris, determinando outros usos.

Nas regiões do cerrado brasileiro, por exemplo, o nome bolsa-de-pastor se refere à espécie Zeyheria montana, que também é chamada de saco-de-carneiro e de cinco-folhas, com uso medicinal e cujas sementes são empregadas para ornamentar peças de artesanato. Apesar disso, trata-se de uma planta de outro gênero e composição fitoquímica distinta.

Contudo, a bolsa-de-pastor de que trata este artigo é herbal, sendo conhecida pelos seus efeitos terapêuticos para a saúde física e mental. As folhas são usadas em infusões que dão origem a chás, cataplasmas, gargarejos, tônicos e emplastros para tratar de várias enfermidades, entre elas, gripes, resfriados, afecções bucais e da garganta, distúrbios gastrointestinais, problemas cutâneos, como acne e síndromes relacionadas à menstruação, como cólicas.

Capsella Grandiflora na natureza.

As infusões também protegem o baço e o sistema cardiovascular e são especialmente importantes para estancar o sangramento de ferimentos e para facilitar a cicatrização.

A espécie Capsella bursa-pastoris tem indicação como agente antioxidante, analgésico e anti-inflamatório, entre outros. Suas folhas podem ser consumidas como alimento, em preparações cruas ou cozidas, proporcionando sabor semelhante ao do agrião. Ao mesmo tempo, fornece vitaminas e sais minerais, além de outros fitonutrientes importantes para o organismo.

Além do uso medicinal e do alimentício, a bolsa-de-pastor é inofensiva para animais domésticos. Também é benéfica ao ambiente, atraindo aves e insetos polinizadores, que acabam por auxiliar na reprodução de outras plantas, embora seja considerada daninha em muitos locais do mundo. Ela também protege muitas espécies da flora contra alguns nematóides.

Ainda, é considerada uma planta protocarnívora, ou seja, ela captura e mata insetos ou pequenos animais, mas não tem a capacidade para ingeri-los ou absorver seus nutrientes tal qual uma planta carnívora faz.

É uma planta espiritual, que nos inspira a olhar a vida com amor e atenção, com cuidado aos detalhes e, ao mesmo tempo, ampliando a perspectiva. Diz respeito a perceber as belezas ocultas, as pequenas felicidades e a importância do cuidado com os outros, com a mente e com o corpo. Refere-se a olhar para o interior, extrair e oferecer o melhor de si para o entorno. Ao mesmo tempo, descobrir-se e avaliar o caminho que está sendo percorrido e se ele ajuda a vivenciar a autenticidade de ser quem se é.

Qual é o significado da bolsa-de-pastor

Muito além da utilidade medicinal, alimentícia e ornamental, as plantas, assim como todos os seres vivos, possuem energia e produzem vibrações que influenciam estados emocionais do ser humano. Elas têm o poder de despertar alegria, força interior e afeto. A partir dos significados culturais que lhe são atribuídos, bem como pelas características físicas que possuem, por analogia, elas podem evidenciar aspectos da personalidade de uma pessoa.

Assim, cada uma contribui para o autoconhecimento individual e revela tanto os atributos que devem ser mantidos quanto aqueles que precisam ser desenvolvidos para que cada um conquiste a evolução e o sucesso em seus relacionamentos.

No caso da bolsa-de-pastor, ela denota uma pessoa determinada, perseverante, profunda e que se mantém no foco para atingir seus propósitos. É alguém que busca crescimento constante e enfrenta os desafios com paciência. Além disso, adapta-se aos ambientes e se dispõe a compreender os demais, demonstrando empatia.

Quando uma pessoa percebe em si pensamentos hostis, expectativas irreais ou isolamento, ela deve tomar contato com a bolsa-de-pastor e observar atentamente como os detalhes podem ajudar a trazer harmonia. Deve aproveitar a oportunidade para refletir sobre suas questões mais íntimas e listar as próprias qualidades, realizações e alegrias. Ainda pode compreender que, eventualmente, os obstáculos representam aprendizados que trazem maturidade, prosperidade e fazem parte do caminho da vida.

A bolsa-de-pastor na espiritualidade

A energia das plantas e as vibrações que elas emanam trazem muitos benefícios para o ambiente de uma forma geral, inclusive influenciando aspectos mentais do ser humano como a expansão da consciência, a afetividade e o entusiasmo. Ao mesmo tempo, elas instigam, de forma coletiva, as descobertas sobre propriedades e usos da flora, ampliando o conhecimento universal e o significado que representam para a vida no planeta.

Um exemplo disso diz respeito ao significado da bolsa-de-pastor na espiritualidade, que se relaciona com a conexão de uma pessoa ao “Eu Superior” e ao seu íntimo para desenvolver atitudes que a ajudam a evoluir na jornada da vida. Tal significado amplia ainda mais a importância que essa planta representa, pois diz respeito à saúde integral do ser humano.

Assim, é possível reconhecer alguns benefícios da bolsa-de-pastor na espiritualidade. Confira a seguir!

1 - Trata-se de uma planta que resgata a ancestralidade e permite enxergar a evolução humana na descoberta de recursos da flora que favorecem a vida na Terra.

2 - Reflete a interdependência de todos os seres vivos, num sistema perfeito de causa e efeito. Possibilita pensar sobre o propósito da vida.

3 - Estimula a buscar o autoconhecimento e a identificar os potenciais ocultos, tendo como analogia as sementes da planta que ficam encapsuladas no fruto que lembra uma bolsa.

4 - Desperta para todas as formas de amor, pois possui frutos em formato cordiforme, símbolo universal desse sentimento.

5 - Incentiva cada um a cuidar de si de forma integral. A figura do pastor da Idade Média e durante o Renascimento com sua bolsa de couro remete-nos a fazer uso dos recursos disponíveis para preservar a saúde, a vida e a evolução de si e de outros.

6 - Suscita refletir sobre um dos símbolos místicos mundiais que é a cruz, uma vez que as quatro pétalas das flores estão assim dispostas no cálice.

7 - Encoraja a viver de forma leve, confiante e ampliando-se a cada dia, pois é uma planta que cresce espontaneamente, alastrando-se em diversas áreas.

Ramo florido de bolsa-de-pastor.

8 - Oportuniza compreender a beleza e a força existentes na diversidade. A bolsa-de-pastor tem dois tipos de folhas coexistindo harmoniosamente na mesma planta.

9 - Desperta a perseverança diante das adversidades e a atitude de adaptabilidade e compreensão da própria força, que pode ser exercida com sutileza. A bolsa-de-pastor é aparentemente frágil, mas resiste às intempéries e aos solos empobrecidos.

10 - Motiva ampliar os horizontes e avançar no espaço-tempo, tal qual as diferentes espécies e variedades que estão presentes em praticamente todas as partes do globo terrestre.

11 - Inspira a enxergar a vida com paz, simplicidade e delicadeza, especialmente pelas suaves flores brancas que desabrocham quase o ano todo.

12 - Leva-nos à compreensão de que a vida é uma dádiva e de que cada ser tem seu propósito e, ao mesmo tempo, seus limites. A bolsa-de-pastor é uma planta que favorece o meio-ambiente de várias formas, mas também pode ser daninha.

13 - Fortalece a fé, pois foi usada como amuleto protetor contra sangramentos em crianças durante a dentição. Também acreditava-se que comer as sementes das três primeiras plantas da bolsa-de-pastor livrava a pessoa de doenças o resto do ano.

A bolsa-de-pastor na saúde

Os benefícios da bolsa-de-pastor na espiritualidade a tornam uma planta significativa para viabilizar a conexão de uma pessoa com suas crenças, seus valores e seu propósito de vida, conferindo ainda mais significado para esta planta.

De forma similar, o significado da bolsa-de-pastor na saúde se relaciona à utilidade que essa planta tem para o ser humano, ajudando-o a prevenir males, assim como sendo um recurso para tratar diversas enfermidades que podem vir a perturbar o equilíbrio físico, mental e espiritual e influenciar negativamente os projetos cotidianos das pessoas.

Expresse sua autoestima com o auxílio de essências florais

Inclusive, há importantes benefícios da bolsa-de-pastor na saúde atribuídos, de forma empírica, pela medicina popular de várias partes do mundo ou identificados por diversos estudos científicos, mostrando o quanto ela é potencialmente importante na vida dos seres vivos. Conheça alguns deles a seguir:

1 - Ajuda a controlar hemorragias e a cicatrizar ferimentos, pois possui ação coagulante, sendo rica em vitamina K.

2 - Mostra potencial no desenvolvimento de medicamentos para a redução do sangramento excessivo nos períodos menstruais e de pacientes com Leiomioma uterino, notadamente observado nos extratos hidroalcoólicos da planta, embora sejam necessárias pesquisas mais avançadas.

3 - É uma planta promissora para reduzir a hemorragia do parto-precoce (HPP), por meio do extrato hidroalcoólico, em comparação com a administração de oxitocina, apesar da necessidade de estudos de aprofundamento.

4 - Auxilia na eliminação de radicais livres, apresentando ação antioxidante, que protege vários órgãos do corpo humano, uma vez que possui flavonoides como a quercetina e kaempferol. Também apresenta ácido quínico, esteárico, oleico e outros ácidos graxos.

5 - Inibe de 10 a 19% a acetilcolinesterase, que impede a transmissão do neurotransmissor acetilcolina, provocando o declínio cognitivo nas demências, como a Doença de Alzheimer. O extrato da planta mostra tal efeito pela combinação de compostos fenólicos, ácidos orgânicos, aminoácidos, ácidos graxos e esteróis.

6 - Representa potencial no combate das bactérias Staphylococcus epidermidis, Micrococcus luteus, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Enterococcus faecalis, que causam desde afecções da pele como acne e furúnculos até infecções hospitalares, pneumonia e sepse, entre outras doenças. A planta contém compostos fenólicos, ácidos orgânicos, aminoácidos, ácidos graxos livres e esteróis.

7 - Age como anti-inflamatório, podendo ser usada como alimento e como medicamento, pois apresenta o composto de isotiocianato sulforafano, importante na diminuição dos níveis de óxido nítrico, citocinas e prostaglandinas em macrófagos estimulados por lipopolissacarídeos.

8 - Inibe a ação do Bacillus anthracis, causador da zoonose conhecida como carbúnculo, uma vez que contém o composto isotiocianato sulforafano. Essa bactéria pode ser inócua ou letal, inclusive usada como arma biológica. Quando patogênica, pode acarretar dificuldades respiratórias, desorientação, meningite e inflamações agudas na mucosa intestinal, entre outras.

9 - Promove a apoptose de células cancerígenas de alguns tipos de câncer, como o oral, de pulmão, fígado e de próstata, bem como inibe o desenvolvimento dessas células no organismo, com ação antioxidante devido ao fato de possuir flavonoides, bem como o composto de enxofre conhecido como isotiocianato sulforafano.

10 - Auxilia no tratamento de menorragia e metrorragia, uma vez que apresenta ação de contração da musculatura lisa e de ácidos oxálicos e dicarboxílicos, com efeito no controle de sangramentos.

Bolsa-de-pastor onde e como usar

Com benefícios para a saúde física, mental e espiritual comprovados pela experiência popular ao longo das épocas, a bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris) é uma das plantas muito estudadas no mundo e, por causa disso, seus usos e efeitos positivos para a vida humana e ambiente vem sendo comprovados cientificamente.

Inclusive, as descobertas de fitonutrientes e de compostos bioquímicos desta planta tornam-na promissora e confirmam que muito se pode extrair dela, que tem uso alimentar e medicinal.

Assim, é conhecido que desta planta pode-se utilizar praticamente todas as partes. As raízes, frescas ou secas, substituem o gengibre e podem ser consumidas como alimento e para a preparação de iguarias gastronômicas, contudo, elas se tornam fibrosas e não agradam a todos os paladares.

As folhas da bolsa-de-pastor mais jovens são mais agradáveis ao paladar. Sendo da base da planta, elas têm sabor ligeiramente picante e salgado. Normalmente, são consumidas cruas em saladas, combinando com agrião, brócolis, alfaces e outras verduras. No Japão, por exemplo, elas fazem parte da tradicional salada de sete ervas do Festival Nanakusa-no-sekku, no dia 7 de janeiro.

Também podem ser cozidas em sopas e caldos ou refogadas com cebolas, alho e bacon. Elas ainda recheiam tortas e massas, unindo-se a temperos e a outros ingredientes. Na China, elas são o conteúdo de bolinhos chineses como guioza e wonton. Também são salteadas e acompanham bolinhos de arroz.

Os caules da bolsa-de-pastor também podem ser consumidos como alimento se forem cozidos em sopas, embora eles sejam bastante fibrosos. As vagens, normalmente empregadas em ensopados, têm sabor picante e servem como tempero. As sementes são usadas como condimento.

Ainda, alguns animais podem se beneficiar dos nutrientes das folhas de bolsa-de-pastor, sendo especialmente benéficas para coelhos mais jovens.

A bolsa-de-pastor, planta medicinal, é amplamente conhecida no mundo e foi usada pelos antigos nativos norte-americanos para eliminar vermes intestinais e disenteria, assim como para aliviar dores de estômago e cólicas. Também é utilizada como loção para tratar de lesões causadas pelo contato com o óleo vegetal urushiol da hera venenosa (Toxicodendron radicans).

As folhas da bolsa-de-pastor dão origem a sucos frescos, quando cruas e trituradas com água, bem como a chás feitos pelo método de infusão ou de decocção tanto para uso oral (podem ser ingeridas) quanto tópico em compressas para tratar dores musculares e lesões cutâneas, como acne e eczemas.

Quando maceradas, elas têm aplicação em cataplasmas para tratar áreas ulceradas, inflamadas e doloridas. Se forem amassadas com álcool de cereal (30 gramas de folhas frescas para 100 ml de álcool) e reservadas durante uma semana, elas produzirão uma tintura que pode ser usada para conter diarreias e disenterias. No caso, o líquido deve ser filtrado e guardado em um vidro escuro com conta-gotas. A dose e a frequência para ingestão devem seguir indicação de profissional especializado.

Tanto a infusão quanto a decocção das folhas podem ser aproveitadas em gargarejos para tratar de afecções da garganta. Ela também pode servir para a vaporização num momento em que haja necessidade de descongestionar as vias respiratórias. Ainda rende banhos de assento, agindo como antisséptico. Tem aplicação como loção para higienizar profundamente a pele e para tratar ferimentos leves.

Chá de bolsa-de-pastor sobreposto por raminhos da planta. Ao lado, um frasco de óleo também da planta.

Mas como fazer o chá de bolsa-de-pastor? Há várias receitas associadas aos efeitos medicinais que essa planta proporciona. Para uso oral, uma delas é levar ao fogo um litro de água e deixar levantar fervura. Acrescentar de 20 a 30 gramas de folhas frescas e tampar. Aguardar até amornar, coar e ingerir com ou sem açúcar.

E para que serve o chá de bolsa-de-pastor? Os benefícios do chá da bolsa-de-pastor são muitos. Entre eles, estão: auxiliar na solução de problemas relacionados à menstruação, especialmente na puberdade e durante a pré-menopausa; restaurar o trânsito intestinal; conter vômitos e diarreias; estimular a diurese; e proporcionar um momento de reflexão sobre as coisas cotidianas e relaxamento após um dia agitado.

A bolsa-de-pastor pode ser usada como um pega-insetos, por meio de suas sementes. Quando elas entram em contato com a água, por serem revestidas por mucilagem, elas incham e se tornam gelatinosas, atraindo e prendendo insetos.

Contraindicações e efeitos colaterais da bolsa-de-pastor

É fundamental conhecer as propriedades, os benefícios e os usos de uma planta de modo a aproveitar ao máximo as qualidades que ela oferece. É também uma questão de segurança, uma vez que por mais simples que ela seja, possui agentes químicos que proporcionam efeitos esperados e também alguns indesejados. Inclusive, esse é um dos aspectos que os estudos científicos sugerem sobre ela.

A bolsa-de-pastor não foge à regra e possui uma composição química que pode ser inofensiva ou perigosa conforme a dose e a frequência de consumo de suas partes ou dependendo de quem faz uso dela. Por isso, é necessário consultar um profissional especializado para utilizar produtos provenientes da planta de modo a se prevenir de efeitos colaterais de risco e aqueles associados às contraindicações. Veja:

1 - Infusões e produtos à base de bolsa-de-pastor não devem substituir os medicamentos ou tratamentos médicos convencionais.

2 - Mulheres gestantes devem evitar o consumo de produtos à base de bolsa-de-pastor, uma vez que a planta já demonstrou efeito contrátil do útero em experimentos de laboratório com cobaias e possui sinergia com a oxitocina, usada no Ocidente para induzir o parto.

3 - Os chás feitos com a planta podem aumentar a sonolência causada por drogas como benzodiazepínicos, barbitúricos, antidepressivos e álcool. É recomendado ter cautela ao operar máquinas ou dirigir após o uso.

4 - Crianças menores de dois anos de idade, pessoas hipertensas ou que sofrem de distúrbios da glândula tireoide só devem fazer uso da bolsa-de-pastor sob indicação médica.

5 - A bolsa-de-pastor não é indicada para mulheres que estejam amamentando ou para pessoas que apresentem distúrbios relacionados à pressão arterial. Também deve ser evitada por quem sofre com problemas renais, devido ao alto teor de oxalato da planta.

6 - O consumo excessivo de produtos à base de bolsa-de-pastor — seja como chá, seja por meio da alimentação — pode produzir toxicidade, embora não haja estudos relacionados às doses de risco. Contudo, em laboratório, foram observados efeitos como aumento das pupilas, paralisia dos membros, respiração difícil e morte de ratos.

7 - Pessoas que fazem uso de medicamentos antidepressivos ou anticoagulantes devem comunicar ao médico o interesse de consumir folhas de bolsa-de-pastor ou medicamentos à base da planta, considerando respectivamente a tiramina e a vitamina K que a planta possui.

8 - Por se desenvolver em solos contaminados por metais pesados, sendo um biomarcador, a bolsa-de-pastor não deve ser consumida como alimento por tempo prolongado.

9 - Embora o chá de bolsa-de-pastor seja recomendado popularmente para inibir hemorragias pulmonares e estomacais, ele não deve ser ingerido sem antes ter certeza da causa de tais sintomas. Da mesma forma, não deve ser usado em situações de tromboembolismo, Acidente Vascular Cerebral ou flebite.

10 - Pode haver interação com medicamentos diuréticos, hormonais, esteroides, para a tireoide, antibióticos, anticancerígenos, anti-inflamatórios, antifúngicos e destinados a tratar doenças cardíacas. Antes de fazer uso de chás e outros produtos de bolsa-de-pastor, o médico deverá ser consultado.

Como plantar e cuidar da bolsa-de-pastor

Ter a bolsa-de-pastor em casa significa poder usufruir, no momento em que se desejar, de todos os benefícios que ela promove. Contudo, é importante saber que embora ela seja de fácil cultivo, alguns cuidados devem ser observados. Veja, a seguir, como cultivar esta erva em vaso a partir das sementes:

1 - Adquira as sementes utilizando-se do nome botânico. Como visto, muitas plantas de outros gêneros, inclusive arbustivas, são chamadas popularmente de bolsa-de-pastor. Certifique-se de que sejam de boa procedência.

2 - Coloque as sementes durante um mês na geladeira, pois isso facilitará a germinação. Considere fazer o plantio em meados do outono.

3 - Escolha um vaso com cerca de 20 cm de diâmetro por 30 cm de altura, de preferência com um orifício central, e adicione argila expandida nele.

4 - Insira terra até cerca de 3 cm da borda do vaso. Embora a bolsa-de-pastor cresça em solo pobre, se ele for fértil, fofo e rico em matéria orgânica, com pH entre 5 e 8, a planta poderá atingir mais altura, em média 60 cm, e terá mais folhas e flores. Apesar disso, ela irá demorar mais para produzir sementes.

5 - Espalhe as sementes por todo o solo, sem afundá-las. Acrescente uma fina camada de terra por cima. Elas precisam da luz solar para que a germinação aconteça por completo, mas devem estar sob uma temperatura inferior a 10 graus Celsius durante a noite e até 25 graus durante o dia. Caso o clima seja quente, deixe o vaso sob luz indireta ou protegido nas horas do dia em que o sol estiver intenso.

6 - Regue o solo, porém sem encharcar. A bolsa-de-pastor não necessita de uma grande demanda de água, pois resiste à seca e não tolera excessos. Contudo, umedeça a terra, sempre que necessário, principalmente no início do plantio. Faça o teste do dedo indicador na profundidade do vaso para verificar tal necessidade.

Plantação de Capsella Rubella.

7 - Elimine o excesso de mudas do vaso, de modo a fortalecer aquelas que estiverem maiores. Elas devem surgir a partir de duas semanas. Faça o mesmo se houver outras ervas. Elas concorrem com a bolsa-de-pastor por nutrientes da terra.

8 - Atente-se para o fungo Verticillium dahliae (murcha-de-verticílio), que causa descoloração das folhas, entorta a planta, a leva à morte e pode atacar outros cultivos, por exemplo, o de tomates e o de morangos. Ele é resistente, podendo permanecer no solo durante oito anos. Infelizmente, a planta deverá ser eliminada; e outro cultivo, resistente à praga, deverá substituí-lo neste vaso, por exemplo, aipo, acelga ou alho-poró.

9 - Lembre-se de que a bolsa-de-pastor resiste às geadas, mas para prevenir pragas é importante que o solo não esteja encharcado e que a planta esteja exposta à luz solar. Pragas do tipo murcha de verticílio são difíceis de serem contidas até mesmo com fertilizantes industriais. No caso de plantas com uso alimentício ou medicinal, o manejo deve ser orgânico.

10 - Colha as folhas mais jovens da planta, pois elas são mais saborosas, principalmente para serem consumidas cruas. Tenha em mente que por ser uma planta protocarnívora, muitos insetos ficam presos na planta, portanto, higienize-as muito bem antes do consumo.

11 - Desidrate as folhas de bolsa-de-pastor. Espalhe-as sobre uma bancada à sombra e em local ventilado. Posteriormente, coloque-as em um recipiente com tampa e mantenha ao abrigo da luz. O sabor será menos intenso e elas deverão ser consumidas em até um ano.

Mitos e verdades sobre a bolsa-de-pastor

É uma prática antiga do ser humano utilizar plantas para prevenção, tratamento e cura de diversas enfermidades, sendo que, para algumas comunidades, esse é o único meio para combater patologias. Tanto a sabedoria popular quanto os estudos científicos contribuem para que se conheça propriedades, usos e efeitos sobre elas. Contudo, coexistem informações confiáveis, mas, ao mesmo tempo, inconsistentes a respeito dos fitoterápicos, ocorrendo o mesmo com a bolsa-de-pastor. Encontre mitos e verdades sobre ela:

1 - O chá de bolsa-de-pastor é abortivo - verdade - embora haja dependência de dosagem e frequência de consumo, ele pode provocar contrações uterinas decorrentes de um peptídeo similar à oxitocina.

2 - As flores de bolsa-de-pastor são comestíveis - mito - embora praticamente todas as partes da planta sejam utilizadas, não há relatos de consumo habitual das flores, além disso, elas são conhecidas por não terem sabor agradável.

3 - As sementes de bolsa-de-pastor podem ser utilizadas na produção de um óleo comestível de grande valor nutricional - verdade - elas contém cerca de 35% de ácidos graxos, importantes para a saúde humana, prevenindo muitas doenças, principalmente do sistema cardiovascular.

4 - A bolsa-de-pastor corta a menstruação? - mito - embora estudos científicos tenham concluído que os extratos da planta possuem ação hemostática relacionada a um peptídeo similar à oxitocina, há a necessidade de aprofundamento das pesquisas.

5 - A bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris) serve como hospedeira para insetos, fungos e vírus, trazendo doenças para culturas economicamente importantes para o ser humano e para animais - verdade - várias pesquisas ao redor do mundo identificaram agentes que atacam culturas como algodão, soja, colza, couves, pimentões, melancia, feijões, beterrabas e outras.

6 - Quando as sementes amassadas e levemente grelhadas de bolsa-de-pastor são misturadas com cerveja, elas acabam com a impotência masculina - mito - não há comprovação científica para tal efeito.

7 - A bolsa-de-pastor ajuda a tratar cataratas - verdade - a planta apresenta potencial para prevenir o desenvolvimento da doença, uma vez que possui flavonoides com ação antioxidante, bem como o carotenoide luteína, importante agente bioquímico para a saúde ocular.

8 - A bolsa-de-pastor regula o ácido úrico? - verdade - embora nenhuma pesquisa científica seja específica sobre este assunto, a planta contém ação diurética que ajuda a eliminar o ácido úrico do organismo.

Inicie o caminho do autoconhecimento com três passos

Você acabou de conhecer as curiosidades sobre a bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris), assim como os benefícios que ela oferece para a saúde física, mental e espiritual das pessoas. Além disso, pôde perceber que ela é um símbolo de expansão, resistência e ancestralidade. Descubra o que outras plantas do Oráculo Floral podem acrescentar à sua vida. Acesse os links abaixo!

Confira também: